sábado, 15 de dezembro de 2012

Caminhos antigos 2

Por falar em caminhos antigos,vale lembrar que a Rua Antonio Carlos é o primeiro deles. Como se sabe, a origem do Povoado do Rio do Peixe, que depois chamar-se-ia Lima Duarte, teve inicio na construção de uma capela dedicada a Nossa Senhra das Dores, erguida no início do século XIX, em terreno que fazia parte da Fazenda do Engenho, pertencente a Dona Inácia da Assunção Delgado, viúva de José Delgado Motta,  Cabo de Esquadra da Vila de Conceição de Ibitipoca. A Fazenda do Engenho ficava situada perto do Rio do Peixe,além da localidade hoje denominada Ponte Nova, hoje habitada pelo senhor Sílvio Delgado. Dela hoje restam apenas ruínas dos alicerces. Alí nasceu o tronco da família Delgado em Lima Duarte, dentre eles Francisco Delgado Mota, que junto com João de Deus Duque são considerados os principais fundadores da Municipalidade. O caminho da Fazenda à ermida de Nossa Senhora das Dores é a atual Rua Antonio Carlos, dantes chamada Rua XV de Novembro, mais conhecida por ser nela que fica o Calçadão de Lima Duarte. Dali a trilha se ramificava em direção ao que hoje chamamos de Barreira e para o lado da Fazenda dos Duque, onde morava o Comendador João de Deus Duque, ainda hoje existente e situada atrás da Delegacia de Polícia Civil de Lima Duarte. Daí a trilha subia em demanda da Serra do Rio do Peixe(ou de Lima Duarte) atingindo São Sebastião do Monte Verde, Santa Bárbara do Monte Verde, Rio Preto, Valença...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sinais do passado III

As letras na pedra em Perobas


Em postagem anterior, no dia 12 de Março de 2012, relatei alguns sinais do passado na Localidade de Perobas, entra eles a inscrição em rocha "Viva o Dr. V.A.F - 19-3-1939. Intrigado com essa inscrição, desde que a vi pela primeira vez, pus-me a pesquisar sem sucesso seu significado.Em vão fui em busca de informações que me fizessem ou ajudasse a desvendá-la.

Foi com alegria que descobri o Bloghttp://perobaslimaduarte.blogspot.com.br/Nele, Marcos Antonio da Silva (Marco Perobas), descrevia a imagem da inscrição na rocha e informava que segundo seu pai a inscrição se referia a um tal "Dr. Vasco", que teria sido o engenheiro responsável pelas obras da rodovia Lima Duarte a Bom Jardim, inciada em 1939. Com a descoberta do nome correspondente a V(Vasco) ficou mais fácil a pesquisa.


Vasco de Azevedo Filho, nasceu em Pitangui – MG em 18/12/1892, filho de Vasco de Azevedo e de dona Aurora Xavier de Azevedo, sendo irmão de Silviano Azevedo e Aurora Azevedo.
Formou-se Bacharel em Engenharia Eletricista e de Obras Públicas pelo Instituto Politécnico, Juiz de Fora, MG, 1911.
Exerceu muitas funções, sendo Engenheiro do Ministério de Aviação e Obras Públicas, diretor da Estrada de Ferro Bahia Minas, 1930 em Teófilo Otoni; chefe do 7º distrito do Departamento Nacional de Estradas e Rodovias, DNER nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Goiás, 1950; membro do Clube de Engenharia;


Na política foi deputado federal, 1951-1955; suplente, 1955-1958, assumiu em 1955; reelegeu-se deputado federal em 1959-1963, 1967-1971. Pelos serviços que prestou foi condecorado como Cidadão das cidades baianas de Jequié, Maraú, Ubaitaba e SEABRA,além de Cidadão Baiano em 1972. Recebeu também a  Medalha de Pacificador de Caxias, Mérito Santos Dumont e Medalha de Koeler e o título de cidadão Petropolitano.
Publicou Ligação de Brasília com o Mar e o Plano Nacional de Viação.
Foi na Câmara Federal Presidente da Comissão de Transportes, Comunicações e Obras Públicas.
 

Mais um mistério desvendado

sábado, 20 de outubro de 2012

O que você acha dessa Igreja?

Um dos temas mais polêmicos na história de Lima Duarte, diz respeito à Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, primeiro templo católico erguido no Sertão do Rio do Peixe, com suas origens remontando ao início do Século XIX. As críticas obviamente levam em questão a comparação entre o templo atual, fruto de reforma encerrada em 1966 e o templo anterior dizem, de rara beleza!! 
Para entender a evolução do templo e a influência da cultura e do contexto na arquitetura, consideremos:
A primitiva construção foi denominada de "ermida", termo utilizado para designar pequena igrejas ou capelas  normalmente situadas fora das povoações e em lugares ermos. No nosso caso num espigão situado ao pé da Serra do Rio do Peixe em terrenos doados por Dona Inácia da Assunção Delgado. Pelas poucas informações que restaram, percebe-se que era uma frágil capela de pau a pique e sapé, forma de construir mais empregada naquela época.
Com a povoação do entorno, gerando um arraial, surge a necessidade de se perenizar o templo. Amplia-se a ermida, que recebe estrutura em madeira e vedamento em taipa de pilão e adobe, e cobertura em telha curva. Pelos relatos orais, nesse época é entronizada a imagem de Nossa Senhora das Dores que vemos ainda hoje, além de novos paramentos e alfaias. Em 1831 a povoação é elevada à categoria de Vila, sendo denominada Dores do Rio do Peixe. Nessa época, começa a se realizar sepultamentos no adro, gerando um cemitério no em torno do templo, como ainda hoje existe na cidade de Bom Jardim de Minas. Em 1842, constrói-se a Casa do Vigário, onde hoje se situa o Centro Pastoral.
Em  1884, diante do visível progresso do local, no ano de  de instalação do município, concebe-se nova reforma. Para levá-la a termo, transfere-se o cemitério para um terreno acima, inaugurando-o em 21 de Janeiro de 1884. A velha igreja de taipa seria demolida, o terreno rebaixado e planado. Sobre essa esplanada ampla seria erguido um templo de tijolos aparentes, sob o comando do Mestre de Obras Jose Klotz, em estilo românico, bem comum na Alemanha, terra natal dos construtores. Pelo Padre Pedro Nogueira da Silva, seria inaugurado e bento em 20 de Junho de 1891, com assoalho em madeira de lei, telhas francesas e pinturas no teto.
Em 1939, outra reforma: troca-se o assoalho por pisos hidráulicos, abre-se galerias laterais à nave menor com altares no fundo. As paredes recebem pinturas e painéis. No telhado de telhas francesas pinta-se o nome Lima Duarte, facilitando a visibilidade do local pelos aeronautas aventureiros...
Em 1950, concebe-se nova reforma, concebida pelo Conêgo João Severo Ramos de Oliveira. A foto acima, estampada em um envelope para recolhimento de donativos, traz o projeto dessa nova matriz...Gostou dela?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Pontilhão e suas colunas

Desde que nasci,em 1970, moro na Beira Rio, hoje mais conhecido como Caminho da Serra, antiga Rua General Setembrino de Carvalho, que depois daquelas conhecidos projetos de lei de vereador puxa saco, acabou virando Rua Joaquim Otaviano.
Cresci pertinho da Estação, nossa imensa área de lazer, onde corríamos entre as ruínas do pátio ferroviário, pulando o canal de drenagem e pisando as britas remanescentes do lastro.
Com isso, o caminho para o Centro passava pelo Pontilhão, ou melhor, por baixo dele, bem em frente ao Albergue.
Nesse tempo, o Pontilhão era um imenso monstro de ferro, cor de zarção, escurecido pelo tempo, sua base em pedra cheia de tufos de capim gordura. Ao lado, a grande placa de ferro fundido onde havia a inscrição: "Ponte de Lima Duarte, com a extensão e a posição quilomètrica a partir da cidade do Rio de Janeiro. Passar sobre o  Pontilhão era prova de valor, um ritual de passagem: só os "homens conseguiam"... Ali acabava a Barreira e iniciava o Centro, por isso o local era limite de território de turmas, bem distante das gangues de hoje. Um bairrismo besta, que de tão inocente, dá até saudade... E tombaram o Pontilhão, com decreto e tudo. Mais tarde colocaram sobre ele uma laje de concreto e um guarda corpo franzino...
Ei-lo como está hoje. Note que a base de sustentação é toda de pedra, com colunas de concreto no apoio da estrutura. Essas colunas foram fundidas depois, já que a estrutura de ferro ficou curta e teve que ser feito um reforço para suportar o peso.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Caminhos antigos I


Sempre me interessei pelo traçado dos antigos caminhos. Toda vez que posso saio a percorrê-los, a pé, a melhor forma de poder conhecê-los e entendê-los. Sim, entendê-los, pois na maioria dos casos os caminhos que hoje usamos não tem nada a ver com os caminhos antigos. Quem hoje vem de Juiz de Fora para Lima Duarte, passa pelo Bairro Piúna ou Patrimônio, na maioria das vezes e nem imagina que a antiga estrada chegava pelo Barulho, seguia pela hoje Rua Sete de Setembro, passava pela Paradinha, passava em frente à Jong para só depois tomar a rua que dá no centro, hoje chamada Antonio Carlos e antigamente denominada Rua XV de Novembro.Mas pergunta-se: por que tantas voltas. Primeiro havia o brejo e seus atoleiros, num tempo em que o Córrego do Bom Retiro tinha água e lambari...Depois a estrada de ferro esgotou o brejo, aterrou a várzea e permitiu a passagem dos trilhos.Esse foi o caminho de quem chegava a Lima Duarte de carro, a cavalo ou de carro de boi até a inauguração da BR 267 em 1973.Uma pequena alteração ocorreu nos anos 1950, quando abriu-se uma rua onde hoje fica a Cooperativa, encurtando o trajeto e eliminando a subida da ladeira em frente à Jong. O caminho que hoje conhecemos surgiu depois que a BR 267cortou e interligou o que hoje chamamos de Tês Porteiras, Piúna e Afonso Pena (Pau doOco), um pouco depois da extinção do ramal  da Estrada de Ferro Central do Brasil. A foto antiga, extraída do site www.estações ferroviárias.com.br, mostra Lima Duarte por volta de 1950. Dá pra ver a antiga linha de trem e a entrada de que falei, passando em frente à estação no canto superior direito.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Represa do Pau do Oco

Placa alusiva à inauguração
Uma das condições para a sobrevivência de uma cidade é o seu abastecimento de água. Dessa forma a questão das águas é sempre uma preocupação para autoridades. Em Lima Duarte, a primeira adutora de água foi localizada na Fazenda do Tenente Coronel João de Deus Duque (hoje Recanto dos Duque), que por sua localização e pouco volume, logo se tornou insuficiente. Logo depois é captado o manancial de Carlos Moreira (pai de Análio Moreira), o qual serve a cidade por muitos anos com sucesso. Com o crescimento da cidade, torna-se necessário captar outras nascentes, sendo assim feito no Matadouro e na Beira Rio. Porém a demanda cada vez maior fez surgir a necessidade de uma nova adutora. A solução foi captar água no Córrego Bom Retiro, acima do Bairro Afonso Pena. Em 04 de Novembro de 1972, o prefeito Antonio Marciano de Paula Filho inaugurava a nova adutora de Lima Duarte, situada acima do Bairro Afonso Pena
O vertedouro da Barragem
e a casa do Tomador de Conta

 Alí, por meio de tubulação de amianto, a mais moderna para a época, a água era levada até a estação de Tratamento de Água na Vila Belmira, onde era submetida a decantação e passagem por filtro de areia, suficientes para purificar a água nas condições exigidas para a época. Da Vila Belmira era conduzida até a caixa d'água do Alto da Matriz, onde era distribuída por gravidade a toda a cidade. Paralelamente, a prefeitura iniciou a abertura de poços artesianos, um na Barreira, e frente à Escola Pedro Paz, e outro na esquina da Santa Casa (Prezinho). Mais tarde seria construída a Adutora da Cachoeira do Sossego e a da Samambaia, assuntos para outras páginas. Com a adição de novos mananciais a represa do Pau do Oco seria abandonada posteriormente e seu lago assoreado e 
Vista lateral da Barragem
tomado pelo mato. Em seguida, seria construída a montante a Usina de Triagem e Compostagem de Lixo. O local é belo, e tem potencial para sediar um Parque público de lazer, inclusive com instalação de benfeitorias e arborização do entorno. Possui bela queda d'água e uma boa vista dos arredores, além de estar muito próximo da cidade. Sua implantação seria um termômetro vivo para mensurar os danos e resultados da Usina de Lixo, obra muito contestada por sua localização, sepultando várias nascentes...
Talvez seja por isso que ninguém cuida mais da represa... Que dizem, já foi muito bonita!!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Resquícios Templários em Lima Duarte



Dom Diniz
Por curiosidade e influência de Marco Antonio Gomes, o Marco do Nilo, da veneranda cidade de Piranga, a primeira de Minas Gerais, comecei a me interessar por temas relacionados ao Cavaleiros Templários, e seus  herdeiros em terras brasileiras.
Conhecidos pelo grande poder político e financeiro que obtiveram, os Templários tornaram-se alvo de inveja, oposição e mais tarde perseguições e execuções de seus líderes.
A própria Igreja Católica, faria sua parte, extinguindo oficialmente a Ordem do Templo.

O fato é que o Rei de Portugal, Dom Diniz, decidiu "proteger" os interesses da Ordem do Templo em terras portuguesas, criando a Ordem de Cristo, que se tornou herdeira e guardiã da cultura templária. 

Símbolo da Ordem de Cristo
A Ordem de Cristo foi colocada sob proteção e guarda do Infante Dom Henrique (1394 - 1460).Além disso, um certo remanescente de propriedades e membros da Ordem do Templo passou à Ordem dos Hospitalários (mais tarde Ordem de Malta),que teve os poderes e regalias concedidos por Dom Diniz, confirmados por Dom João V em 1728.
Esses remanescentes trouxeram consigo o conhecimento dos Templários, que já conheciam a América pelo menos 100 anos antes de Cabral e mantinham rotas comerciais por meio de sua poderosa esquadra, misteriosamente desaparecida no Mediterrâneo.
Infante Dom Henrique o Navegador
Com a posse da terra brasileira por Pedro Àlvares Cabral em 1500, começaram as incursões pelo interior do Brasil, que terminaram, ao tempo do rei Dom Pedro II (de Portugal, com a descoberta de minas de ouro e diamantes.
A exploração teria se intensificado no início do reinado de Dom João V (1706 - 1750, época em que embarcaram para o Brasil,em 1740, três jovens da Freguesia do Espírito Santo do Landal, então Termo e Conselho de Óbidos, hoje Concelho de Caldas da Rainha:
Antonio de Almeida Ramos(nascido em 1722)filho de Teresa Maria e seus primos Agostinho de Almeida Ramos(nascido entre 1700 e 1730) e Francisco Farto de Almeida, filhos de Francisco Farto Maria Almeida. Ao que tudo indica, teriam sido enviados por religiosos ligados à Ordem de Malta,em busca de riqueza e fortuna certas sendo aqui acolhidos e orientados por patrícios ligados à mesma Ordem. 
Insígnia da Ordem de Malta
Não se tratava de aventura nem necessidade, já que os jovens eram pertencentes a famílias de posse, abastadas, ligadas à Ordem de Malta, que era riquíssima. Muito menos de crimes, que os obrigassem a fugir.
Ou seja, vinham com tudo organizado para progredirem enriquecerem em terras brasileiras, o que se verificou mais tarde, ainda que tivessem de compensar o sucesso com muito esforço, persistência e valor! Desses três jovens, um em especial nos interessa: Antonio de Almeida Ramos.

Antônio de Almeida Ramos radicou-se na região de Barbacena, donde veio a bater em terras vizinhas à Serra de Ibitipoca, na época no auge da mineração. Casou-se com Maria de Oliveira Pedrosa com quem teve vários filhos, um deles João de Almeida Ramos, batizado em Santa Rita do Ibitipoca aos 16 de abril de 1769. João de Almeida Ramos casou-se com Teresa Maria de Jesus, filha do açoriano Manoel José do Bem e Teresa Maria de Jesus. Com Teresa, João de Almeida Ramos foi pai de Francisco, Rita, Manoel Antonio de Almeida Ramos, João de Almeida Ramos Filho, Ana Bernardina de Almeida e Maria Teresa.


Manoel de Almeida Ramos "desceu a serra",indo habitar o Sertão do Rio do Peixe, fixando-se na margem esquerda do Rio do Peixe na atual localidade de Manejo. Ali viveu como posseiro até que ato do Capitão General Dom Rodrigo José de Meneses concedesse-lhe a posse da terra, em 1781. No Manejo, tinha em 1781 o título de Alferes e mais tarde Tenente(1791)Seu nome consta na lista de moradores que assinaram a petição de construção de uma estrada ligando o Rio Preto a São João Del Rei e em 1838 é relacionado como representante do Rio do Peixe no Corpo de Jurados da Vila de Barbacena

 Barão de Santa Bárbara
Manoel de Almeida Ramos entrou na história de Lima Duarte por vários motivos, mas o mais importante dele é o fato de ter sido pai do único limaduartino a ter um título de nobreza no Império.
Casado dom Joana Teresa do Espírito Santo, foi pai de João Evangelista de Almeida Ramos, o Barão de Santa Bárbara, que é assim, bisneto de Antonio de Almeida Ramos, o jovem português ligado à Ordem de Malta, herdeira da cultura templária em Portugal, que veio ao Brasil em 1740.

A família Almeida Ramos é o resquício templário na historia de Lima Duarte.








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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ymah Theres

A cada dia, tenho muitas surpresas. Lima duartinos e lima duartinas que saem pelo mundo,espalhando seus talentos e sensibilidade, seu trabalho e suas idéias, Uma agradável surpresa foi conhecer Imah Theres, ter o prazer de abraçá-la e mirar seu sorriso.

Imaculada Therezinha Miranda Ribeiro, conhecida literariamente como Ymah Théres, nasceu em 28 de julho de 1939,em Lima Duarte- MG., e faleceu no dia 12 de setembro de 2008, aos 69 anos em Juiz de Fora, cidade para onde emigrou ainda criança, com seus pais.
Formou-se Bacharel em Jornalismo pela antiga Faculdade de Filosofia e Letras - Fafile (UFJF). Apesar do formação de jornalista entrou para a História como uma grande poetisa:era dona de uma poética rica e delicada.
Seu pai, leitor voraz e também poeta,muito influenciou sua escrita, e ela o dedicava muito amor e admiração.A poetisa tinha a saúde debilitada e sua produção poética fala de uma solidão sem limites.


Durante mais de 30 anos, colaborou como articulista em inúmeros periódicos mineiros.
Aos 24 anos, ingressou na Câmara Municipal de Juiz de Fora, onde, por 28 anos, serviu como chefe e, posteriormente, como Diretora da Seçâo de Expediente. Aposentou-se em 1991.

JORNAIS COM OS QUAIS A POETISA COLABOROU:
1. GAZETA COMERCIAL- Juiz de Fora, MG.
2. JORNAL RODA VIVA ( Órgão das ex-alunas do Colégio Stella Matutina)- Juiz de Fora, MG.
3. FOLHA DA MANTIQUEIRA Juiz de Fora, MG.
4. DIÁRIO MERCANTIL - Juiz de Fora, MG.
5. O IMPARCIAL de Rio Pomba, MG.
6. CORREIO DO SUL - Varginha, MG.
7. TRIBUNA DE MINAS - Juiz de Fora, MG.
8. JORNAL DO POVO - Lima Duarte, MG.
9. JORNAL O LUME - Juiz de Fora, MG.
10. JORNAL VIVA A VIDA( de Cida Rigotti)- Juiz de Fora, MG.
11. BOTIJA PARDA de Araguari, MG.
12. SUPLEMENTO LITERÁRIO DE MINAS GERAIS - Belo Horizonte, MG.
13. VOZ DE SÃO JOÃO DE São João Nepomuceno - MG.

Era membro titular e fundadora da Academia Juizforana de Letras (1982). Teve seu talento reconhecido por meio de inúmeras premiações e menções honrosas recebidas em concursos literários.

SEUS LIVROS:

1973 - ELEGIAS. Juiz de Fora: Esdeva. (poemas)
1985 - ESCRÍNIO/ ASA DE BORBOLETA). Juiz de Fora: Cave. ( poemas em parceria com seu pai, poeta João Ribeiro de Oliveira
1986 - MUSGOS E GERÂNIOS Juiz de Fora: Esdeva. ( poemas em prosa e verso):
1987 - BIGODINHO, O GATO ENJEITADO. Juiz de Fora: Cave. ( infantil).
1988 - CANÇÔES DE CONVÉS OU DO AMOR PRESSAGO. Juiz de Fora: Gráfica e papelaria Gonçalves. (poemas).
1989 - HAICAIS. Juiz de Fora: Gráfica e Editora FORMIGA MARIA..
1991 - NA CONCHA DO OUVIDO. Juiz de Fora: Zas Gráfica e Editora. (prosa poética)
1992 - DIÁRIO ESPARSO DE MARIANA. Juiz de Fora: Zas Gráfica e Editora. (prosa Poética).
1992 - SOLO DE FLAUTA DOCE. Juiz de Fora: Edições de Minas. (poemas).
1992 - ACERVO DE CRISTAIS. Juiz de Fora: Edições de Minas. (contos e outros textos).
1992 - TREZE CARTAS DOS VENTOS DE AGOSTO). Juiz de Fora: Edições de Minas. (prosa poética).
- Dos arquivos do anjo dromedário.
1993 - ANJO, ALAÚDE ; PAIXÕES. Juiz de Fora:Edições de Minas .
1994 - FLOR e CIPRESTE: JOâO RIBEIRO DE OLIVEIRA. Juiz de Fora: Edições de Minas (Publicação / Póstuma de poemas do Pai da autora).
1994 - MENINA COM FLOR. Juiz de Fora: Edições de Minas. (poemas).
1998 - RAMILHETE E ALECRIM. Juiz de Fora. (editoração eletrônica: William F. Ruheno).
1999 - FLOR DE OUTONO. Juiz de Fora
2003 - ANELO DE LUA NOVA . Juiz de Fora: Funalfa.

A Associação Caminho da Serra, na Beira Rio, em Lima Duarte é a guardiã de pertences e objetos pessoais de Imah Théres, doados após seus felecimento em 2009, por sue primo - irmão Alexandre de Miranda Delgado. Uma sala chamada Sala da Poesia, foi construída para resguardar esse acervo, aberta à visitação. Lá estão sua rica bilioteca(prova de sua erudição e bom gosto literário, suas fotografias e quadros pintados por amigos artistas. Um local para se reverenciar e louvar sua memória a poesia!


Segue um de seus poemas, de que muito gosto...

ENIGMA


Desarmado, o coraçãoo
reborda a orla do poço
que segue além do limite
do alcance amorfo da mão.
e as coisas vãs se transformam
se transmigram se mitigam
no consumido silêncio
que redime esse sol-posto
das ventanias possessas.
é o amor devagarinho
formando o ocaso do enredo
que folgou de brisa e invento
no eterno e puro brinquedo.
e os anjos, com seus arminhos
de alaúdes afagados,
sorriem, leves, sorriem
mas fogem com suas asas
pra longe, prum outro lado
sem flor ou cor, sem perfume
de gerânio macerado
no inenarrável segredo
vencido, desvencilhado.

Ymah Théres
Juiz de Fora, 24 . 03. 99



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Lourival Brasil e a BR 267...


Lima Duarte deve muito a Lourival Brasil Filho!  Não apenas por sua bondade, retidão de caráter e honestidade! Muito menos por ter se unido a uma lima duartina por casamento.
Lourival Brasil Filho, fez suas as grandes bandeiras de Lima Duarte, obras que marcaram de maneira indelével nossa História: a ferrovia Lima Duarte a Bom Jardim,  a BR 267 e o Parque Estadual de Ibitipoca.
Falemos primeiro da BR 267...
Deputado Lourival Brasil (perto
da Bandeira Nacional)
Inauguração da Escola  Pedro Paz em
Lima Duarte em 1954.
Estreando como deputado Estadual em 1950, com expressiva votação em Lima Duarte, Lourival Brasil Filho fez um importante discurso defendendo a ligação de Lima Duarte a Bom Jardim por ferrovia, obra então com 70% de todo o cronograma executado mas sempre carente de recursos e com oneráveis e constantes paralisações. A obra nunca foi terminada, e o deputado então abriu fogo em outra direção: a abertura da BR 32 (mais tarde 267) ligando a Zona da Mata ao Sul de Minas.
Da tribuna da assembléia pronunciou mais de 100 discursos versando sobre a importância do tema. Viajou ao Rio de Janeiro e depois Brasília, buscando apoio, batendo à porta do DNER, no Ministério dos Transportes e até nos Gabinetes de vários Presidentes da República, acompanhado de comissões que reivindicavam a obra.
Concedeu centenas de entrevistas a jornais de Juiz de Fora e Belo Horizonte, além de pronunciar palestras em clubes de Serviço como Lions Clube e Rotary e demais associações de classe.
Criou, com sede em Lima Duarte, a Comissão Pró construção e Pavimentação da BR 267.
A obra seria finalmente inaugurada em 07 de Março de 1978, sob a administração Aureliano Chaves de Mendonça, sendo Secretário Estadual de Administração o próprio Lourival Brasil Filho.
Muitos lutaram pela execução da obra.
Porém nenhum com o denodo, zelo e persistência de Lourival Brasil Filho.
A foto do deputado foi compartilhada do Acervo Afrânio de Paula, gentilmente cedida por Vicentina Salgado.


segunda-feira, 12 de março de 2012





Sinais do passado II

Perobas

A localidade de Perobas, situada a meio caminho de Lima Duarte a Olaria, guarda testemunhos de duas grandes obras ali realizadas: a rodovia Lima Duarte a Bom Jardim, inaugurada em 1949 e construída a partir do Viaduto da Barreira desde 1939 e o ramal Ferroviário Lima Duarte a Bom Jardim, de 1944 a 1954.
Da rodovia, ainda restam inscrições numa rocha e a Biquinha, na chegada
Da ferrovia, o Corta Rio, o Armazém.


Na primeira foto, a inscrição em rocha "VIVA O DR. V.A.F  1939. Quem terá sido esse Dr. V.A.F. e o que tem a ver com a estrada? Presume-se que seja alguma autoridade relacionada à construção da rodovia, um engenheiro talvez... Mas há que se pesquisar, num campo complicado, já que construções de estrada nessa época não eram muito documentadas.




 Na foto ao lado a Biquinha de Água Potável, bem na chegada do povoado. Traz sob o lodo, o bom lodo verde que denota a boa qualidade da água, a inscrição S.V.O.P 1939. A biquinha é até hoje ponto de parada dos viajantes...

Mas o que chama mais atenção é o Corta Rio, abertura feita a dinamite na rocha bruta, para permitir o desvio do Rio do Peixe e a consequente passagem do leito ferroviário.
O rio contornava uma elevação bem perto do povoado, gerando uma garganta em cuja encosta já havia sido aberto o leito da rodovia. Para passar a ferrovia, resolveu-se eliminar essa curva, permitindo que se cavasse ali o leito da ferrovia. Na rocha viva, vê-se os furos feitos para a dinamite.



Na foto abaixo, vê-se uma planta da rodovia com a curva do Rio do Peixe eliminada com a abertura do canal.
Projeto Rodovia 1937 com Curva do "Corta Rio e foz do Rib. Rosa Gomes
Na foto abaixo, o Armazém situado entre a rodovia e a ferrovia, ainda hoje ponto de convergência dos moradores locais. No tempo das obras, serviu como local de abastecimento de gêneros de primeira necessidade aos trabalhadores das estradas.A estrada da esquerda da foto é a rodovia. À direita do prédio do armazém, cruzando a estrada que hoje vai dar na BR 267, passa o leito da ferrovia que nunca viu trilhos nem locomotiva, e que na foto panorâmica de Perobas, acima, corresponde ao local onde se vê bananeiras...

Armazém de Perobas






As fotos 1,2 3 e 5, foram extraídas do blog http://perobaslimaduarte.blogspot.com.br/. A do Corta Rio, foi compartilha de de Ronisch Baumgratz e a do mapa da rodovia, é do Arquivo Público Mineiro.




quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sinais do Passado I

 Um dos meus passatempos prediletos é sair em busca de testemunhos do passado..
Nessa página, relato três testemunhos do nosso passado. à esquerda inscrição em alto relevo na cabeça de ponte que liga o Batatal ao Recanto Alegre e Centro de Lima Duarte. Trata-se de antiga Ponte Ferroviária com base em pedra argamassada. No detalhe, o que restou da inscrição E.F.C.B (Estrada de Ferro Central do Brasil). Notar o "E" parte do "F", ainda visíveis.. A Ponte é uma bela obra em cantaria, com belas quinas almofadadas...


À direita, inscrição em baixo relevo executada por funcionários da Companhia Resende Costa, no trecho do Ramal Ferroviário Lima Duarte à Bom Jardim de Minas. 29-05-947 Cia R.C. A inscrição localiza-se numa cabeça de bueiro localizada além da P.C.H. Cachoeira do Brumado, sentido Lima Duarte - Olaria. Trata-se de um registro confiável da evolução das obras no período. O bueiro impressiona pela riqueza de detalhes, perfeição de esquadro e nível e acabamento.


Esse outro registro da história, fica situado nos fundos do Albergue de São Vicente de Paulo.
Ao lado do bueiro da E.F.C.B., encontram-se duas cabeças de ponte em alvenaria de pedra seca, ainda ligadas por um antigo cano de água, que abastecia uma antiga residência que ficava localizada no pé do morro, do outro lado do córrego.
As cabeças de ponte, hoje obsoletas, serviam de apoio a pranchões de madeira que serviam de ponte na antiga estrada de acesso à Chácara do Cedro, hoje ocupada por herdeiros de Francisco de Assis Pereira, mas no passado, residência do Doutor Manoel Brito de Vieira Pinto, primeiro médico a residir em Lima Duarte, cidade que lhe presta homenagem por meio da Rua Vieira Pinto. O caminho, existente muito antes da Barreira, atravessava o Córrego ao lado do Pontilhão e seguia margeando o córrego até a Chácara do Cedro, fugindo do brejo e das enchentes. Hoje é apenas um atalho, já que outro caminho foi aberto mais tarde, ligando a Rua Barão do Rio Branco (atual Manoel Otaviano Ferreira) à sede da chácara, o qual é usado atualmente..
Sinais do passado, bem vivos ainda entre nós..