sexta-feira, 3 de junho de 2022

Praça JK

 

Praça de baixo: de circos e touradas a JK….


O povoado do Rio do Peixe desenvolveu-se inicialmente no entorno da atual Praça da Matriz, aproveitando as terras mais secas, apropriadas para a construção das casas de taipa. Os velhos caminhos que ligavam fazendas, aí se encontravam, gerando um “largo”, atual Praça Nominato Duque.

Neste largo, mais tarde denominado Largo da Liberdade, prevaleciam os eventos religiosos, as “festas da Santa” erguendo ranchos e barracas para leilões, venda de comidas e bebidas e apresentações de bandas e conjuntos musicais.

O caminho que levava às terras dos Delgado gerou a atual Rua Antonio Carlos, principal artéria da cidade. Ali se concentraram as moradias dos ilustres, o comércio, e as repartições públicas e administrativas, advindas com a elevação do povoado à vila e sede de municipio.

O Rossio, ainda sem a praça
1910. Acervo Afranio de Paula

A Câmara Municipal, seguindo a tradição herdada de Portugal, logo fez a aquisição de um terreno de grandes dimensões, no lado direito da rua principal, na época batizada de Rua General Osório (atual Antonio Carlos,) um pouco abaixo do Prédio da Câmara. gerando o Rossio, terreno público, fruído em comum, pelos habitantes da povoação.

Neste terreno aplainado e guarnecido de valas laterais de drenagem, eram realizados os festejos públicos, erguidos os circos, arenas de touradas e parques de diversões. Fotos antigas registram o terreno com uma dessas estruturas montadas.

Em 1886, é erguida num dos lados do Rossio a Igreja do Rosário. Em 1899, o Rossio perde espaço para o prédio do Fórum e Cadeia (atual Prefeitura), mantendo-se ainda o restante, entre a Igreja do Rosário e o Fórum, como terreno plano e descampado.


O Rossio por volta de 1930


Somente em 1930 a área seria transformada em praça ajardinada, com canteiros artisticamente construídos, plantio de árvores e arbustos artisticamente podados. Um piso de saibro, sempre mantido bem varrido, permitia a circulação entre os canteiros. Este jardim recebeu elogios de muitos que chegavam à cidade, por seu bonito aspecto.

A praça, conhecida pelo povo como Praça do Rosário, recebeu oficialmente o nome de Praca Paiva Duque, uma homenagem ao Dr. Nominato de Paiva Duque, tendo em 17 de abril de 1932, sido nela inaugurado pelo Prefeito Alfredo Catão, um sistema de iluminação com energia elétrica.

Em 1937, Lima Duarte recebeu a visita do Governador do Estado de Minas Gerais, que veio inaugurar o início das obras da estrada de carro para Bom Jardim de Minas. A Prefeitura, aproveitando o ensejo, presta-lhe homenagem e a praça passou a ser denominada

A praça em 1945
Praça Governador Benedito Valadares.

Em 20 de novembro de 1948, por força da lei nº 39, passou a ser denominada Praça Virgílio de Melo Franco, denominação que permaneceu até 11 de maio de 1951, quando voltou a ser denominada Praça Paiva Duque, por determinação da Lei nº 109, de 11 de maio de 1951, nome que parece não ter “pegado”, haja visto que seguiu denominada Virgilio de Melo Franco...

No final da década de 1960, a praça perde mais um pouco de sua área, ao ser erguido ao lado da Igreja do Rosário o atual prédio do Fórum. Paralelo a isso, é feita uma remodelação da praça, com corte de árvores e eliminação de canteiros. Ao centro, de uma grande área retangular com piso de lajes de concreto, foi erguido um monumento em concreto, com as iniciais “LD” revestidas em pastilhas cerâmicas, dentro de um corpo d’água circular, mais tarde preenchido com areia. Pela Lei nº 535, de 16 de novembro de 1976, a Praça Virgílio de Melo Franco passou a ser denominada Praça Juscelino Kubistcheck, nome que permanece até os dias atuais.

A praça assim permaneceu até 1984, quando em nova reforma, demoliu-se o “LD”. A informação divulgada na época, dizia que, no local intencionava-se erguer um coreto, nada se concretizando porém. Por essa época ganhou um busto de Juscelino Kubistcheck.

Uma última reforma foi verificada nos primeiros anos do novo século, quando a Praça ganhou a forma que hoje apresenta, com um relógio de sol no centro, logo alvo de vandalismo e nunca mais refeito.

No casario ao redor da praça funcionaram ao longo do tempo os Correios, o Parque Azul, local de grandes eventos musiciais e artísticos, a Rodoviária da cidade, o Posto de Gasolina do Sr. Dalmácio... Num de seus lados, num ponto estratégico, buscando segurança em tempos sombrios, está a Igreja Metodista, primeiro templo não católico da cidade.

A “Praça de Baixo”, segue hoje sua sina, animada pelo Bar Alternativa, consagrado point da cidade!


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