terça-feira, 28 de junho de 2011

Um trem passou por aqui...

Lima Duarte virou gente grande com o trem. A alegre Maria Fumaça encurtou distâncias, trouxe sangue novo, arquitetuta nova. Um jeito novo de pensar, que libertou consciências e abriu possibilidades.
Até então, as viagens ao resto do mundo se demorava em atoleiros, dias passados sobre lombo de animais, cargas e gentes se equilibrando, outros se aventurando em Fordinhos resfolegantes oportunistas, ocupando as velhas trilhas abertas a pata de gado.
Para o leste, ia-se para Juiz de Fora, em demanda das feiras de gado de Benfica, ou até mesmo as distantes estações ferroviárias da EFCB de Ewbanck da Câmara e Santos Dumont. Para o sul, as tropas erravam pela serra do Rio do Peixe, em demanda do estado do Rio de Janeiro, tocando rumo à estação de Desengano(hoje Barão de Juparanã). Em demanda do campo, subia-se pelo velho caminho até Várzea do Brumado e daí à Ibitipoca, Santa Rita e Barbacena. Outros iam em demanda do Turvo, onde já apitava há muito as locomotivas da Estrada de Ferro Sapucay.
Eram esses os caminhos prováveis. Longas distância medidas em léguas e cumpridas em semanas e até meses.
Até a chegada do trem, que nos bons dias em três horas ligava a velha vila do Rio do Peixe ao mundo.

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