sábado, 20 de outubro de 2012

O que você acha dessa Igreja?

Um dos temas mais polêmicos na história de Lima Duarte, diz respeito à Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, primeiro templo católico erguido no Sertão do Rio do Peixe, com suas origens remontando ao início do Século XIX. As críticas obviamente levam em questão a comparação entre o templo atual, fruto de reforma encerrada em 1966 e o templo anterior dizem, de rara beleza!! 
Para entender a evolução do templo e a influência da cultura e do contexto na arquitetura, consideremos:
A primitiva construção foi denominada de "ermida", termo utilizado para designar pequena igrejas ou capelas  normalmente situadas fora das povoações e em lugares ermos. No nosso caso num espigão situado ao pé da Serra do Rio do Peixe em terrenos doados por Dona Inácia da Assunção Delgado. Pelas poucas informações que restaram, percebe-se que era uma frágil capela de pau a pique e sapé, forma de construir mais empregada naquela época.
Com a povoação do entorno, gerando um arraial, surge a necessidade de se perenizar o templo. Amplia-se a ermida, que recebe estrutura em madeira e vedamento em taipa de pilão e adobe, e cobertura em telha curva. Pelos relatos orais, nesse época é entronizada a imagem de Nossa Senhora das Dores que vemos ainda hoje, além de novos paramentos e alfaias. Em 1831 a povoação é elevada à categoria de Vila, sendo denominada Dores do Rio do Peixe. Nessa época, começa a se realizar sepultamentos no adro, gerando um cemitério no em torno do templo, como ainda hoje existe na cidade de Bom Jardim de Minas. Em 1842, constrói-se a Casa do Vigário, onde hoje se situa o Centro Pastoral.
Em  1884, diante do visível progresso do local, no ano de  de instalação do município, concebe-se nova reforma. Para levá-la a termo, transfere-se o cemitério para um terreno acima, inaugurando-o em 21 de Janeiro de 1884. A velha igreja de taipa seria demolida, o terreno rebaixado e planado. Sobre essa esplanada ampla seria erguido um templo de tijolos aparentes, sob o comando do Mestre de Obras Jose Klotz, em estilo românico, bem comum na Alemanha, terra natal dos construtores. Pelo Padre Pedro Nogueira da Silva, seria inaugurado e bento em 20 de Junho de 1891, com assoalho em madeira de lei, telhas francesas e pinturas no teto.
Em 1939, outra reforma: troca-se o assoalho por pisos hidráulicos, abre-se galerias laterais à nave menor com altares no fundo. As paredes recebem pinturas e painéis. No telhado de telhas francesas pinta-se o nome Lima Duarte, facilitando a visibilidade do local pelos aeronautas aventureiros...
Em 1950, concebe-se nova reforma, concebida pelo Conêgo João Severo Ramos de Oliveira. A foto acima, estampada em um envelope para recolhimento de donativos, traz o projeto dessa nova matriz...Gostou dela?

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